quarta-feira, 9 de março de 2011

Beber

É cedo, e eu bebo…
                                       
Bebo para afogar as mágoas,
Ah, como é bom este elixir divinal,
Eu gosto, a cirrose também

E a cada gole que dou fico solto,
Solto da alma,
Solto da mente,
Solto do corpo,

Cada gole de coragem líquida reflecte
Na escorregadia calçada da ribeira do Porto,
Ora se afasta, ora se aproxima,
Ora se afasta, ora se aproxima.

E nesta sistole permanente 
O coração pára e queima…
E as suas cinzas navegam o Douro

Primeira Vez

Primeira Vez,
Faz-se amor,
Faz-se harmonia,
Faz-se nudez,
Faz-se poesia,

A primeira vez é inesquecível
É o libertar de uma cãibra paralisante
Dolorosa, sensacional

A mesquinha morfologia humana
Tão minúscula e tão grande
Treme do frio quente
Do perfume do amor

Ah a primeira vez,
Como é tão simples, tão suave
Tão repleta de sensações 
A escrita de um poema
Eritema da alma,
Espelho do coração.