sábado, 25 de junho de 2011

Tributo


Elas dançam pelo palco
Iluminando a terceira pedra
Cheias de alegria, sentimento
Ao ritmo dos dedos

A epítome da expressão
O sentimento de liberdade
A casa vermelha iluminada
Pelo fogo púrpura

Debaixo do fogo cruzado lutam
Pela guarida do anjo que
Debaixo das suas pequenas asas
Cria, incessante a melodia

Mas de que servia tudo isto,
Se os seis não fossem noves,
Se a alma não saísse
Das cordas da alma do mestre
Tão ousado como o amor

quarta-feira, 9 de março de 2011

Beber

É cedo, e eu bebo…
                                       
Bebo para afogar as mágoas,
Ah, como é bom este elixir divinal,
Eu gosto, a cirrose também

E a cada gole que dou fico solto,
Solto da alma,
Solto da mente,
Solto do corpo,

Cada gole de coragem líquida reflecte
Na escorregadia calçada da ribeira do Porto,
Ora se afasta, ora se aproxima,
Ora se afasta, ora se aproxima.

E nesta sistole permanente 
O coração pára e queima…
E as suas cinzas navegam o Douro

Primeira Vez

Primeira Vez,
Faz-se amor,
Faz-se harmonia,
Faz-se nudez,
Faz-se poesia,

A primeira vez é inesquecível
É o libertar de uma cãibra paralisante
Dolorosa, sensacional

A mesquinha morfologia humana
Tão minúscula e tão grande
Treme do frio quente
Do perfume do amor

Ah a primeira vez,
Como é tão simples, tão suave
Tão repleta de sensações 
A escrita de um poema
Eritema da alma,
Espelho do coração.